As doenças de verão - Jornal Animal

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As doenças de verão

Seções > Cães > Parte 3
 
AS DOENÇAS DE VERÃO DOS PETS!
 
A médica veterinária Dra. Andressa Cris Felisbino, da DrogaVET, de Curitiba, alerta sobre os riscos para os pets durante o verão.
 
Os dias de verão são um convite à diversão e os pets não podem faltar na hora da brincadeira em família. Porém, assim como os momentos de lazer, alegria e descontração, o período também traz desconforto, não só para os seres humanos, mas também aos animais de estimação. É bastante comum surgir uma série de doenças que devem ser tratadas com seriedade, pois podem acarretar em situações mais graves aos animais.
 
Segundo a médica veterinária da DrogaVET de Curitiba, Dra. Andressa Cris Felisbino, no verão, os cuidados devem ir além dos raios solares e das bruscas mudanças de temperatura, como a exposição ao calor da rua e, depois, ao ar condicionado em casa. "É necessário ter o máximo de cuidado na hora dos passeios. Uma ida à praia, pode deixar o pet exposto a fatores de riscos, dada a contaminação da areia, por lixos e esgotos, com   agentes capazes de gerar doenças graves", ela orienta.

As doenças mais comuns são:

Cinomose: a doença é perigosa, uma vez que afeta o sistema nervoso dos pets. Entre os sintomas característico da doença estão as convulsões, a letargia, fraqueza e, devido a sua gravidade, pode levar à morte. "Infelizmente a taxa de animais vacinados contra a cinomose no Brasil é muito baixa", alerta a veterinária.

Leptospirose: de todas as doenças, essa, provavelmente, é a mais conhecida. Transmitida pela urina de ratos, causa a falência dos órgãos e, se não descoberta e tratada a tempo, pode ocasionar a morte também. "Neste caso, felizmente, grande parte dos animais de estimação são vacinados e imunes à doença".

Parvovirose: os sintomas característicos são vômitos e diarreia, disfunções que podem levar a um rápido quadro de desnutrição e desidratação. Nos filhotes, esses quadros fazem com que a taxa de mortalidade seja maior, uma vez que o sistema imunológico dos filhotes ainda não está fortalecido. De extrema gravidade, o agente infeccioso da parvovirose é um dos mais resistentes, o que ressalta a necessidade de higienização do local em que o pet doente teve contato para evitar a proliferação.

Giardíase: aqui a atenção deve ser redobrada, já que a doença é denominada como uma zoonose e transmitida por um protozoário capaz de atingir os humanos também. Ela é contraída ao contato com água ou alimentos contaminados, desencadeando quadro de diarreia e vômito.

Verminoses: crescem os casos no verão, uma vez que os dias quentes e o contato com a praia ajudam na infestação de vermes. Menos agressiva que as demais, ela é facilmente prevenida com a administração correta de vermífugos.
Infestação por ectoparasitas: altas temperaturas e volume maior de chuva ajudam na proliferação de moscas e mosquitos, que podem se tornar agentes transmissores de doenças como a Dirofilariose e a Leishmaniose. Os dois fatores colaboram ainda para o crescimento de ectoparasitas como bernes, bicheiras e carrapatos.

Babesiose: transmitida por carrapatos, pode causar um tipo de anemia, depressão e letargia no pet, sendo considerada uma doença muito perigosa aos animais de estimação.

Doenças gastrointestinais: comuns nesta época, podem surgir devido a uma nova alimentação, ao baixo consumo de água. Os tutores devem ficar atentos, pois podem ocasionar na rápida desidratação.

Sarnas e micoses: São facilmente transmitidas, podendo ocorrer o contágio nos passeios em parques, ruas, praia ou, até mesmo, durante as brincadeiras com outros animais.

A Dra. Andressa Cris Felisbino ressalta que todas as raças estão propícias a contrair doenças típicas de verão. Outro alerta da médica veterinária refere-se aos felinos. É mito dizer que os gatos não sentem tanto calor, a verdade é que eles procuram lugares mais frescos e, diferentemente dos cães que parecem estar ofegantes, os gatos não apresentam alteração na respiração.

Outra indicação da especialista em saúde animal é que os tutores tenham regularidade nas idas ao veterinário, pois assim é possível identificar doenças graves e iniciar o tratamento de forma mais rápida e efetiva. Outra precaução refere-se ao uso de medicamentos, que devem ter o uso orientado pelo profissional e com a estipulação da dosagem, evitando assim transtornos ainda maiores aos pets e aos donos.

Cuidados extras
A médica veterinária alerta que, “no verão, os raios solares são mais intensos, então é necessário ter atenção aos horários de passeio e usar filtro solar fator 30, específico para pet. Ele pode ser manipulado na forma de creme e tem fácil aplicação".

Assim como nos seres humanos, a exposição ao sol também pode acarretar em câncer de pele nos animais de estimação. "Os raios solares podem causar uma dermatite solar e, até mesmo, câncer de pele, principalmente em animais de pele e pelagem branca, sendo que as áreas mais afetadas são: a região nasal, tronco e as extremidades"
Outra enfermidade comum, dessa época do ano, é a queimadura nas patas, ou almofadinhas, dos animais, devido o contato direto com o chão quente. "O tutor deve verificar a temperatura do chão antes de sair com os animais, ou dar preferência a passeios em gramados e lugares com sombra. O uso de botinhas protetoras também impede o risco de queimaduras", enfatiza.

Caso o pet venha a apresentar queimadura nas patinhas, ele deve ser encaminhado a uma clínica, pois o ferimento pode causar infecções, sendo necessário o tratamento com antibióticos e anti-inflamatórios.
Alimentação e hidratação também precisam de atenção. A orientação de Andressa é que a água do pet seja trocada a cada quatro horas e, em dias muito quentes, a adição de cubos de gelos ajudam a refrescar.
Os potes com comida devem ser mantidos longe do sol e os restos devem ser jogados fora, o que minimiza o contato do pet com alimentos que ficaram expostos a moscas e mosquitos.   Repelentes são sempre bem-vindos durante o verão, porém devem ser indicados por profissionais de medicina veterinária.
Editor: Sergio Valério
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